BILIONÁRIOS, INDÚSTRIA DA MODA E FAKE NEWS: O QUE TEMOS A VER COM ISSO?

Olá! Aqui tem sido uma época corrida, os gráficos para este ano na minha agenda diziam que seria de muita velocidade, mas não esse turbilhão como tem sido. E como as informações do mundo também atravessam o meu café da manhã, assim como a goteira do banheiro do vizinho de cima atravessa a minha lavanderia, um Bilionário também resolveu nos dizer como temos que limpar a nossa bunda. E falou num microfone bem grande.

O moço lá, empresário, Sul-Africano, que estudou na Pensilvânia e fundador da conhecida SpaceX, Tesla e também a X (ex-tweet). O homem resolveu atacar o Supremo Tribunal Federal brasileiro, e o já clássico na boca do povo e futuro professor da USP, formado na mesma, Alexandre de Moraes, o juiz.

O empresário resolveu parar as aspirações a Marte e focar na política do país tropical aqui. Segundo consta, ele parece estar insatisfeito com o modo como lidamos com as Fake News, e que a liberdade de expressão é o poder máximo do sujeito social, também achamos isso, o que me leva a crer que esse não seja realmente o ponto, ou, qual seria o extremo disso que ele enxerga? Que também sabemos como funciona essa mecânica…

Parece que ele quer a remoção de todas as restrições e bloqueios das contas brasileiras do X (ex-tweet), sob a pena estipulada por ele, de remoção deliberada desses bloqueios pela empresa, ou até a remoção dos serviços no país.

Vulgo, ou dá ou desce, ou o dono da bola. Se ele é o dono da bola, somos os donos do campo.

As fake news são informações deliberadamente falsas ou enganosas projetadas para influenciar a opinião pública. Elas têm sido usadas como armas de desestabilização em regimes democráticos em todo o mundo, e de várias maneiras. Uma das principais maneiras é através da influência nas eleições. Grupos com interesses políticos podem espalhar desinformação para influenciar resultados, disseminando teorias da conspiração ou distorcendo, como já vimos pelo mundo nos últimos anos. Minando a confiança nas instituições democráticas, como a imprensa livre, processo eleitoral, a fé do público na democracia e no Estado de direito. Isso leva à uma deslegitimação de governos eleitos democraticamente e também ao surgimento de movimentos antidemocráticos.

A fakenews, exacerbar as divisões sociais e políticas existentes. Explorando questões sensíveis, como raça, religião ou imigração, as fake news inflamam tensões e polarizam a sociedade. Criando o ambiente propício para o conflito social e a desconfiança entre diferentes grupos, enfraquecendo a coesão social e a estabilidade política.

Para combater eficazmente as fake news, é necessário um esforço conjunto, envolvendo vários atores, incluindo governos, empresas de tecnologia, jornalistas, educadores e a sociedade civil. Isso pode incluir iniciativas de educação midiática para capacitar as pessoas a discernir entre informações verdadeiras e falsas, investimentos em jornalismo de qualidade para garantir a precisão e imparcialidade na cobertura de notícias, e regulamentação das plataformas de mídia social para combater a disseminação descontrolada dessas desinformações. Lembrando do bilionário, invasor do café da manhã alheio. Vulgo entrão.

Além disso, é importante promover a transparência e a responsabilidade nas operações das plataformas de mídia social, garantindo medidas eficazes para detectar e remover conteúdo falso e desincentivando a propagação de desinformação. É aí que entra mais uma vez o nosso Bilionário entrão.

A colaboração internacional também é fundamental, uma vez que as fake news cruzam fronteiras e são disseminadas globalmente. Um esforço coordenado entre países e organizações internacionais é essencial para enfrentar esse desafio complexo e proteger a integridade dos regimes democráticos em todo o mundo

O que a moda tem haver com isso?

A moda não existe isoladamente do contexto social, político e cultural mais amplo, e as fake news são uma parte significativa desse contexto.

A indústria da moda é uma força poderosa na sociedade contemporânea, exercendo influência sobre uma ampla gama de áreas, desde a economia, cultura, política e a psicologia. Ao longo das décadas, a moda deixou de ser apenas uma questão de vestuário para se tornar uma forma de expressão individual e coletiva, um reflexo das preocupações e aspirações de uma época. No entanto, essa influência não é unidimensional; a moda pode tanto capacitar quanto oprimir, promover inclusão ou exclusão, refletir e moldar padrões estéticos, éticos e identidades sócio culturais.

Usada como ferramenta de empoderamento, permitindo que indivíduos expressem suacriatividade e confiança. A pressão para aderir a certos padrões estéticos de beleza pode levar à exclusão e à perpetuação de ideais inatingíveis.

A moda não existe no vácuo; ela é influenciada e  influenciadora de tendências culturais. Os movimentos de resistência, como o punk e o grunge, tiveram expressão através da moda, por exemplo, desafiando normas estabelecidas e expressando descontentamento social. Da mesma forma, a moda pode ser uma forma de solidariedade e inclusão, promovendo a diversidade e a aceitação. No entanto, a apropriação cultural e a exploração de mão de obra barata são questões críticas que a indústria da moda ainda enfrenta.

A rápida produção e consumo de moda têm o seu impacto significativo no meio ambiente e nas condições de trabalho global. Desde a poluição gerada pela produção têxtil até o uso de mão de obra explorada em países em desenvolvimento, a indústria da moda enfrenta críticas por suas práticas insustentáveis e antiéticas. No entanto, cresce o movimento em direção à moda sustentável e ética, que valoriza a transparência, a responsabilidade ambiental e o respeito pelos direitos sociais.

A indústria tem muitos problemas ainda para resolver, e a ideia é sim intimá-la mas entendendo que não será a salvadora mas uma peça importante no combate de qualquer tentativa de desestruturação política. Até porque sem essa conjuntura organizada, vai ser bem difícil manter essa indústria saudável, mesmo economicamente.

Não me proponho a ser um líder, ou qualquer coisa que pareça com isso. Mas como um homem de textos, um provocador. E deixo a pergunta nesse final de café da manhã.

Qual é a responsabilidade de uma indústria tão poderosa, frente a uma invasão externa de desestruturação dos nossos pilares democráticos, e que fatalmente vai desestabilizar também esse mercado? Seremos uma elite, que tem a intenção de levar a comunidade a outros patamares de evolução, sendo um farol em meio a toda essa confusão midiática? Ou seremos Burgueses, acumuladores desenfreados, desenvolvendo cada vez mais uma cadeia de explorados e exploradores?

Deixo também uma outra pergunta, por que o meninão aí, o dono da bola, ele não se atreve a dizer algo sobre a China, onde ele fabrica os carros da gigante Tesla, e que é o mesmo país que PROÍBE, o X (ex-tweet)? A Arábia Saudita, por exemplo, condena a prisão por anos, caso alguém faça posts proibidos pelo estado. Que por sinal, é o mesmo país que investe milhões nas empresas do menino falastrão.

Bem, as questões estão postas, e a reflexão é livre. E por favor, não é sobre torcida de futebol, mas sobre quem queremos ser em sociedade.

Bom café da manhã!


Assessoria: @jd_.producoes